O deputado estadual Júlio Campos (União) disse “não ter tanto fundamento” a possibilidade de seu irmão, o senador Jayme Campos (União), migrar para o MDB visando uma candidatura ao Governo do Estado na eleição do ano que vem.
A possibilidade foi levantada pelo vice-presidente regional do PSD, Gilmar Fabris, que disse ter feito esta sugestão ao congressista. Se a filiação de Jayme ao MDB se confirmasse, o presidente Lula (PT) teria dito que apoiaria a sua candidatura.
Questionado, Julio lembrou que o União Brasil de Mato Grosso está longe da gestão Lula, mas nacionalmente integra o arco de aliança do governo e comanda três ministérios.
“Não tem tanto fundamento, porque nós somos do União Brasil, que faz parte do governo atual com três ministros, mas não tem nenhum compromisso político pro futuro da sucessão presidencial”, disse.
“Mas em política tudo é possível: o adversário de hoje é o correligionário de amanhã. Vamos aguardar”, emendou.
Em tom de brincadeira, Julio disparou: “Politicamente e ideologicamente, nós temos algumas diferenças. Mas sem radicalismo. Se eles quiserem vir apoiar Jayme Campos, nós aceitamos”.
“Todo partido quer”
O deputado estadual exaltou os predicados do irmão, apontado como “político que toda sigla quer ter” e garantiu que parte dos correligionários do União o querem como sucessor de Mauro Mendes (União) ao Governo do Estado.
“Eu, pessoalmente, sou ligado ao ex-presidente [Jair] Bolsonaro. Não escondo isso. Mas, o senador Jayme Campos é um nome que todo partido quer ter como candidato. Talvez só um pequeno segmento do União Brasil, que não tem a maioria do partido, não quer aceitar a possibilidade de ele ser o sucessor de Mauro Mendes”, disse.
“Nós temos uma chapa completa para 2026: governador Jayme Campos e senador Mauro Mendes. Nós negociaríamos com partidos aliados a vice-governadoria e a outra vaga de senador e as suas respectivas suplências”, completou.
A imprensa, Mendes defende o nome de vice Otaviano Pivetta (Republicanos) à sua sucessão, e tem enfrentado resistência por parte do grupo ligado aos irmãos Campos.
“O que interessa é ganhar”
O parlamentar apontou que a definição sobre ter ou não candidatura própria deve ocorrer nos próximos meses. Uma reunião para começar as discussões sobre o pleito do ano que vem está agendada para a noite da próxima segunda-feira (2).
“Até o ano que vem estará tudo certo, o partido vai decidir se partirá com candidatura própria ou podemos até coligar com outros partidos para ganhar as eleições. O que interessa é ganhar as eleições”, disse.
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