O Brasil foi oficialmente reconhecido como país livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) nesta quinta-feira (29), durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados, realizada em Paris, na França.
A certificação representa um marco histórico para a pecuária nacional e reforça o status sanitário do rebanho brasileiro no cenário internacional.
O reconhecimento internacional ocorre um ano após o governo federal ter conferido o mesmo status sanitário em maio de 2023.
A conquista é resultado de um processo rigoroso e coordenado entre setor público e privado, conduzido ao longo da última década por meio do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), iniciado oficialmente em 2017 com a meta de erradicação completa da doença até 2026.
Participaram da cerimônia em Paris o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins; a vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), senadora Tereza Cristina; e o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni.
Em nota, a CNA afirmou que o novo status “reforça o compromisso do setor agropecuário e dos produtores com a sanidade dos rebanhos e a qualidade dos produtos exportados”.
A entidade destacou que a retirada gradual da vacinação ocorreu de forma segura, com base em estudos soroepidemiológicos e avaliações técnicas que comprovaram a ausência de circulação do vírus da aftosa no país.
A federação sul-mato-grossense Famasul também celebrou o reconhecimento, afirmando que ele “consolida um esforço conjunto entre federações, produtores e governos” e coloca o Brasil em pé de igualdade com grandes produtores como Estados Unidos, Austrália e União Europeia, em termos de sanidade, rastreabilidade e sustentabilidade da produção.
Vigilância segue ativa
Embora a vacinação tenha sido suspensa, o Brasil continuará com as ações de vigilância ativa e controle sanitário. A CNA reiterou a importância do papel dos pecuaristas na notificação de qualquer suspeita ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), mantendo o país em conformidade com os padrões internacionais de segurança sanitária.
A febre aftosa é uma das doenças mais temidas da pecuária global, com alto potencial de disseminação e grandes impactos econômicos. No Brasil, o combate à enfermidade começou oficialmente em 1950, passando por várias etapas até culminar na criação do PNEFA, considerado um divisor de águas para a sanidade animal no país.
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