O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sentará ao lado de seu delator e ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, no banco dos réus. Todos serão interrogados no Supremo Tribunal Federal (STF) em ação penal que investiga uma suposta trama golpista. Esses investigados compõem o chamado núcleo crucial da trama que tem, ao todo, oito pessoas.
Os interrogatórios começam nesta segunda-feira (9/6) e vão até o dia 13 de junho. Todos os réus precisam estar presentes na Primeira Turma do STF para responderem às perguntas da Procuradoria-Geral da República (PGR) e dos ministros. A sequência dos interrogatórios foi definida por ordem alfabética, assim como os lugares nos quais os réus estarão sentados.
A Primeira Turma terá sua composição de lugares alterada para a inquisição. Os réus serão posicionados de frente para a equipe que fará as perguntas. Cada cadeira estará uma ao lado da outra sendo a ordem de quem fica lado a lado, alfabética. Veja ordem das cadeiras:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Mauro Cid, delator do esquema e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Interrogatórios
Apesar da ordem alfabética, Mauro Cid é o primeiro a ser interrogado por ser o delator do esquema. Ele levanta, senta no banco à frente dos ministros com seu advogado e, quando terminar de falar, volta a sentar do lado de Bolsonaro. Depois dele, os interrogatórios seguem a ordem estabelecida. Sendo que todos os réus foram intimados a comparecer a todos os dias de oitivas.
Após Cid, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) será o primeiro — com base na ordem alfabética. Como a duração dos interrogatórios varia conforme o depoente, não é possível determinar, com certeza, em qual dia cada um dos réus falará.

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Bolsonaro e Alexandre de Moraes
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Calendário dos interrogatórios:
9/6 – começa 14h, com o delator Mauro Cid;
10/6 – das 9h às 20h;
11/6 – 8h às 10h;
12/6 – das 9h às 13h; e
13/6 – das 9h às 20h.
Os réus poderão optar por ficar em silêncio ou responder às perguntas.
Todos os réus serão ouvidos presencialmente no Supremo, com exceção do ex-candidato a vice-presidente e general do Exército, Walter Souza Braga Netto. O general está detido no Rio de Janeiro.


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Ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno
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Saiba quais são os crimes imputados contra Bolsonaro e os demais réus:
- Organização criminosa armada;
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima;
- Deterioração de patrimônio tombado.
Os investigados foram denunciados pela PGR por participação em uma suposta trama golpista para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. A denúncia foi aceita por unanimidade, e a Primeira Turma analisa o caso por meio de ação penal. Compõem a Primeira Turma: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.