Nesta segunda-feira (09/06), o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em uma das ações mais delicadas do cenário político nacional. O processo investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além de ações que colocariam em risco o Estado Democrático de Direito.
A sessão ocorre em Brasília, com transmissão ao vivo pela TV Justiça e redes oficiais do STF. O momento mais aguardado do dia é o interrogatório presencial de Jair Bolsonaro, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. A presença do ex-presidente em plenário é cercada por forte esquema de segurança.
O que está sendo julgado?
O julgamento gira em torno de suspeitas de que Bolsonaro teria articulado, direta ou indiretamente, movimentos para anular o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a investigação, há indícios de envolvimento com setores das Forças Armadas e com apoiadores civis em possíveis ações que visavam fragilizar as instituições democráticas, incluindo o sistema eleitoral.
A acusação é sustentada por documentos, trocas de mensagens, reuniões gravadas e depoimentos colhidos pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos.
O que pode acontecer?
Se houver maioria entre os ministros do STF pela responsabilização criminal, Bolsonaro pode se tornar réu formal em ação penal, e — dependendo da gravidade e risco apontado — pode até ter prisão preventiva decretada. A defesa do ex-presidente nega todas as acusações, afirma que não houve qualquer tentativa de ruptura institucional e que ele sempre agiu dentro dos limites da Constituição.
Repercussão nacional
O julgamento provoca intensa movimentação política e popular. Grupos favoráveis e contrários ao ex-presidente se reúnem nos arredores do STF e nas redes sociais, acompanhando cada etapa da sessão.
Analistas políticos consideram este julgamento um divisor de águas para o cenário institucional do país em 2025. Caso Bolsonaro seja condenado, ele poderá ficar inelegível por mais tempo ou até enfrentar uma eventual pena de prisão, o que reconfiguraria o tabuleiro eleitoral para as eleições municipais deste ano e para 2026.
