Responsável por cerca de 16,3% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual e reunindo mais de 123 mil estabelecimentos, entre grandes, médias, pequenas e microindústrias, o setor produtivo de Mato Grosso chega ao Dia da Indústria, comemorado neste sábado (25), com resultados expressivos, mas também com desafios persistentes, segundo a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt).
De acordo com levantamento de 2023 do Observatório de Mato Grosso, esse universo empresarial é composto por:
- 1.152 grandes indústrias
- 1.447 médias
- 15.727 microempresas
- 105 mil microempreendimentos individuais
O avanço é visível em segmentos como a agroindústria e a bioenergia, impulsionados principalmente pelo agronegócio e pela interiorização de usinas de etanol de milho e biodiesel. Essas frentes vêm contribuindo para agregar valor à produção primária e gerar empregos no interior do estado.
Apesar dos ganhos, o setor industrial ainda esbarra em gargalos estruturais. A logística, fragilizada pela deficiência no transporte em regiões mais remotas, continua encarecendo a produção e reduzindo a competitividade.
A alta carga tributária e a burocracia também pesam sobre os empreendimentos locais, que viram, só em março de 2025, a arrecadação estadual com o ICMS se aproximar de R$ 1 bilhão.
Em meio a esse cenário, o governo estadual adotou uma medida emergencial para evitar prejuízos à indústria alimentícia: aprovou o diferimento do ICMS nas importações de óleo de algodão refinado e semi-refinado.
A decisão, oficializada na sexta-feira (23), permitirá que empresas do setor, beneficiárias do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), importem até cinco mil toneladas do insumo sem a incidência imediata do imposto.
O incentivo fiscal, com validade até 31 de julho, foi motivado pela escassez de matéria-prima no mercado interno, causada pela entressafra do algodão. A medida busca garantir a continuidade da produção nas indústrias alimentícias, evitando paralisações e prejuízos econômicos.
Embora pontual, a ação se soma a outras estratégias que visam preservar a competitividade da indústria mato-grossense, que ainda precisa enfrentar questões estruturais, como melhorias logísticas e redução da burocracia, para consolidar um ambiente mais favorável aos negócios e sustentar seu crescimento no longo prazo.
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