Dores no corpo, emagrecimento e um diagnóstico que parecia impossível. Foi esse o caminho enfrentado por Nivarli de Jesus Esser, moradora do interior do Paraná, até descobrir que estava com uma infecção causada por um fungo raro: o Paracoccidioides, conhecido como paracoco. Ela precisou viajar até Cuiabá, em Mato Grosso, para iniciar o tratamento no Hospital Universitário Júlio Müller.
A doença, chamada paracoccidioidomicose (PCM), é mais comum entre trabalhadores rurais e pessoas expostas ao solo. Não é contagiosa, mas pode ficar incubada por anos e causar sintomas graves como tosse, feridas na boca, falta de ar, febre e dores abdominais.
No caso de Nivarli, que nunca trabalhou no campo, a suspeita é que ela tenha sido contaminada enquanto morava na Venezuela com o marido, agricultor.
O que é a PCM?
A paracoccidioidomicose (PCM) é uma infecção causada pelo fungo Paracoccidioides, que atinge principalmente pessoas em contato com o solo, como trabalhadores rurais.
- Não é contagiosa
- Pode ficar incubada por anos
- É tratável, mas não tem cura
Sintomas da PCM
- Tosse
- Febre
- Falta de ar
- Dificuldade para respirar
- Feridas na boca
- Íngua
- Dores abdominais
Diagnóstico mais rápido
A solução veio da Faculdade de Medicina da própria UFMT. Um antígeno específico para a nova espécie do fungo foi desenvolvido por pesquisadores da instituição. O composto será produzido em larga escala pelo Ministério da Saúde e distribuído, a partir de dezembro, para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública de todo o Brasil (Lacens).
“O desenvolvimento do antígeno é essencial para garantir que casos como o da Nivarli sejam diagnosticados com mais agilidade, o que aumenta as chances de sucesso no tratamento”, explica a micologista Rosane Hahn, coordenadora da pesquisa.
Hoje, cerca de 50 pacientes com PCM são atendidos anualmente no Hospital Júlio Müller. A expectativa dos pesquisadores é que o novo teste ajude a revelar um número ainda maior de infectados que permanecem sem diagnóstico, especialmente em regiões rurais.
“Foi difícil descobrir o que eu tinha. Se esse exame existisse antes, eu teria começado o tratamento muito mais cedo”, diz Nivarli.
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