Presidente do PT em Mato Grosso, o deputado estadual Valdir Barranco elevou o tom e rebateu as críticas do ex-vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto (PV), que quer o fim da federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB).
Em reunião com correligionários, a dias atrás, Stopa criticou a postura de Barranco e do deputado Lúdio Cabral (PT) alegando que eles “só pensam neles, mesmo”.
“Na hora de ganhar e formar chapa é uma ‘encheção de saco’. Depois que ganha, na hora de participar, é eles, eles e eles”, disse Stopa em vídeo que circulou nas redes sociais.
Barraco lembrou que a continuação da federação de esquerda será definida pelos diretórios nacionais, em Brasília, ainda este ano. E pontuou que o PV só continua vivo politicamente por conta do bloco partidário.
“É a eleição de deputados [federal] que define se um partido continua ou morre. E para as eleições 2022, quem pediu para se federalizar com o PT foi o PV e o PCdoB, senão ambos estariam eliminados do cenário, porque não elegeriam número suficiente de deputados para garantir sua continuidade, a sua vida”, afirmou à imprensa.
“O PT já tinha um compromisso histórico com o PCdoB e abraçou o PV. O PT não precisava se federalizar para manter-se enquanto partido no âmbito nacional”, completou.
A fala do Barranco diz respeito, em especial, a destinação do Fundo Eleitoral, o “Fundão”, que é o dinheiro público destinado às agremiações partidárias. A maior fatia dele é formado por siglas que tem maior representação na Câmara e no Senado Federal.
Prejuízo ao PT
O presidente regional do PT ainda revelou que a sigla foi prejudicada na eleição para a Câmara Federal em 2022, quando fez da Professora Rosa Neide a candidata mais bem votada do Estado com mais de 124 mil votos, mas não conseguiu ocupar a cadeira por conta do quociente eleitoral.
Segundo Barranco, candidatos do PV prometeram fazer uma quantidade significativa de votos, e não cumpriram com as expectativas.
“Em 2022 [eleição federal] e 2024 [eleição municipal] nós discutimos amplamente e fomos prejudicados, porque abrimos e deixamos de lançar candidatos do PT para oportunizar vagas ao PV”, disse.
“Nessas vagas nós tivemos candidatos que colocaram como meta 50 mil votos, nós baixamos para 15 mil votos, e eles fizeram 3 mil. E por isso não elegemos Rosa Neide, faltaram 13 mil votos. Se é para falar temos que lembrar disso”, emendou.
“Resultado magnífico”
O petista, no entanto, reconheceu que a sigla aliada teve um bom desempenho na eleição para Câmara Municipal de Cuiabá, no ano passado.
“O PV colheu um resultado magnífico, porque elegeram as três cadeiras em Cuiabá e nós ficamos com as três suplências. Eu acho que essa parceria está mal avalia [por Stopa]. Quem vai decidir se a federação continua ou não é a nacional”, destacou.