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“Dificuldade foi retomar serviços; não tinha um contrato em dia”

À frente da Secretaria de Infraestrutura e Obras de Cuiabá há quase seis meses, o empresário Reginaldo Teixeira (Novo) descreveu um cenário crítico de desorganização e inadimplência generalizada na Pasta.

 

Segundo ele, o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) entregou a gestão com pagamentos às empresas terceirizadas em atraso, o que inviabilizou a retomada imediata dos serviços.

 

Os contratos estavam todos atrasados. Não tinha um contrato em dia. Zero

“Os contratos estavam todos atrasados. Não tinha um contrato em dia. Zero. E quando o empresário ia até a Secretaria, ele vinha para tratar da lista do passado que tinha a receber. Muitos reclamando que não tinham condições de retomar os serviços”, disse ele em entrevista ao MidiaNews.

 

Reginaldo confessou que pensou em desistir de chefiar a Pasta, tamanha era a pressão da população para realizar serviços como os de tapa-buraco e o agravamento do cenário com o período de chuvas intensas.

  

Ele ainda detalhou as más condições estruturais do prédio da Pasta, dos projetos da gestão do prefeito Abilio Brunini (PL), obras do Contorno Leste, Mercado Municipal e reforma de praças. 

 

  

Confira os principais trechos da entrevista (e a íntegra do vídeo abaixo da matéria):

 

MidiaNews – O ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), no final do mandato, anunciou que estava desistindo de três obras: o viaduto do Circulo Militar, o viaduto que ligaria as avenidas Lava Pés e Antártica, e o viaduto no trevo do Centro de Eventos do Pantanal. A gestão Abilio tem pretensão de retomar algum destes projetos?

 

Reginaldo Teixeira – O prefeito Abilio é um arquiteto urbanista e tem muitos projetos e ideias para melhorar a nossa cidade. Com relação ao projeto próximo ao Circulo Militar, no Jardim Cuiabá, tem um problema grave de drenagem. Hoje, toda Cuiabá não tem o mapeamento da rede de drenagem.  E nós estamos, inclusive, fazendo junto com a iniciativa privada um estudo da bacia de drenagem do Jardim Cuiabá. 

 

Essa falta de mapeamento, dificultou muito a implantação desse projeto do viaduto, que inicialmente era para ser uma trincheira. Agora estão fazendo uma discussão para fazer uma alteração e fazer uma alça de entrada, mudar um pouco do que estava sendo discutido inicialmente.  

 

Existe, também, um projeto que liga Lava Pés à Avenida da Antártica, é um viaduto de cruzamento em cima da trincheira do Santa Rosa, e também no Centro de Eventos Pantanal, um outro elevado. Mas são projetos de valores elevados. São projetos que para implantar precisa de R$ 30, R$ 40 ou R$ 50 milhões e o município, neste momento, não tem condições de executar obras dessa magnitude. 

 

A Prefeitura de Cuiabá tem outras prioridades neste momento. Mas esses projetos não estão esquecidos e estão sendo discutidos. Não tem nada ainda sacramentado, nada definido para a construção, mas vamos dialogar muito esse assunto porque acho que são obras importantíssimas.

 

MidiaNews – E o caminho será essa parceria de Cuiabá com o Estado ou de Cuiabá com a União?

 

Victor Ostetti/MidiaNews

Reginaldo Teixeira

O secretário disse que prefeitura está focada em fortalecer serviços essenciais, para depois focar em obras

Reginaldo Teixeira – Não vejo outro caminho, porque tem muitas demandas de infraestrutura. Há os tapas-buracos, bocas de lobo, drenagem dando problemas em todos os bairros de Cuiabá, outras recuperações que são urgentes. Não tem como desviar o foco para obras de grande porte, enquanto não atender anseio da população e resolver problemas menores que são bastante críticos.

 

MidiaNews – O senhor veio da iniciativa privada e vai completar seis meses como secretário. Qual foi a maior dificuldade que encontrou na burocracia e na gestão pública?  

 

Reginaldo Teixeira – A burocracia da gestão pública funciona parecido com a privada. A gente tem que tentar economizar, otimizar e prestar um bom serviço para a população. A maior dificuldade que encontramos nas secretarias, porque eu estava acumulando o cargo na Limpurb, foi a retomada dos serviços. A dificuldade foi muito grande.

 

As secretarias vivem com serviços terceirizados, contratação e locação de máquinas, e a gente olhava para os contratos que estavam todos atrasados, não tinha um contrato em dia. Zero!

 

E quando o empresário ia até a Secretaria, ele vinha para tratar da lista do passado que tinha a receber. E muitos reclamando que não tinham condições de retomar os serviços. Ele precisava receber alguma coisa para iniciar. Essa foi a grande dificuldade.

 

O prefeito assumiu com um problema de caixa e com a folha de pagamento atrasada. Teria duas folhas dentro de janeiro… E a gente na secretaria pensando como fazer para resolver a situação. E ao mesmo tempo, a população nos cobrando, dia e noite. Eu cheguei a receber quase 15 mil mensagens no celular.

 

E para complicar mais um pouquinho, veio as chuvas, alagamento no São Mateus, teve um problema no antigo pronto-socorro que foi gravíssimo. Foi um momento de chuva intensa que caiu mais de 30 árvores pela cidade… Os bombeiros de um lado tirando as árvores, e a gente lutando para tirar do outro. Foi bem crítico. Teve um momento de eu achar que teria que desistir, porque eu não iria dar conta de atender a demanda. Mas Deus foi dando sabedoria, força, e a gente está chegando no sexto mês de administração.

 

 

MidiaNews – Pensou em desistir em janeiro?

 

Reginaldo Teixeira – É porque não tinha um caminho definido. Você está chegando na gestão, as coisas não estavam andando como deveria. Se você recebe um carro andando bem, caminhando, entra nele e continua. O problema é que a cidade parada, não estava acontecendo tapa-buraco, não tinha uma equipe para desentupir as bocas de lobo, era preciso pelo menos 20 a 30 dias para fazer adequação, pelo menos para atender o mínimo, e a gente não tinha. E a gente também não conhecia as pessoas, as empresas, não tinha relacionamento. 

 

Depois do décimo primeiro dia, as coisas começaram a clarear na cabeça e passamos  praticamente 30 dias, 35 dias, negociando contratos, tentando trazer credibilidade para a nova administração.

 

MidiaNews – Nos primeiros dias da gestão Abilio aconteceu esse evento de alagamento que o senhor citou. Agora, que está chegando o momento de estiagem e poderão realizar as limpezas das tubulações. A gente pode ficar tranquilo enquanto cuiabanos que ano que vem aquela catástrofe não vai mais acontecer?

 

Reginaldo Teixeira – Nós estamos trabalhando num processo de contratação de uma nova empresa para prestar serviço com hidrojato especializado, com robô para olhar as tubulações. Estamos trabalhando para fazer todo o mapeamento da rede de drenagem, estudando as bacias. A gente vai apresentar projetos nesse sentido para resolver esses problemas. A gente não sabe se consegue executar todos até a próxima chuva.

 

Porque dependemos de vários fatores: licitação e recurso. E a prefeitura tem outras prioridades. Por exemplo, o prefeito está investindo muito na área da Saúde, na educação, então, às vezes, a infraestrutura pode aguardar um pouco. É o prefeito que vai definir essas prioridades, mas o nosso papel À frente da secretaria é estudar, planejar, apresentar os projetos, e isso faremos.

 

MidiaNews – Os buracos ainda são uma dor de cabeça para motoristas de Cuiabá. Parece que tapar buracos em Cuiabá é igual enxugar gelo. 

 

No início do ano estava sentindo que estava enxugando gelo. A gente tapava, vinha chuva e acabava furando outro buraco

Reginaldo Teixeira – Eu não estou mais sentindo isso, mas no início do ano estava sentindo que estava enxugando gelo. A gente tapava, vinha chuva e acabava furando outro buraco próximo daquele. O que acontece? Temos uma malha viária muito antiga. Temos outras mais novas que foram feitas de forma inadequada, que dá muito problema de drenagem nos bairros.

 

Temos o bairro Santa Terezinha, que está furado em quase todas as ruas. Você vai abrir, aquilo vira uma cratera. Não é só um buraco. As manilhas deslocam e a água acaba fazendo a erosão na região da drenagem. Então, não é só a malha viária, também tem os problemas construtivos que talvez, porque esses trabalhos de drenagem e pavimentação são feitos para durar, de 30 até 50 anos. 

 

MidiaNews – É preciso um pouquinho de compreensão e paciência, então?

 

Reginaldo Teixeira – Assumimos a gestão em janeiro, está chegando no sexto mês. Não se consegue resolver os problemas da cidade do tamanho de Cuiabá, horizontal, com bairros distantes, que não são regularizados…

 

Então, você tem várias situações que têm que ser analisadas. Mas a cobrança do que está lá na ponta, do que está aqui, são as mesmas. E a gente tenta ali na Secretaria atender todos. E estamos lutando para atender os objetivos. 

 

MidiaNews – E sobre a questão da Águas Cuiabá. O senhor disse em uma entrevista no início da gestão que ia tentar conversar e trabalhar com a concessionária, porque ela estava atuando de modo a contribuir com os buracos. Teve esse diálogo?

 

Victor Ostetti/MidiaNews

Reginaldo Teixeira

Reginaldo Teixeira que disse que hoje atua em conjunto com a Águas Cuiabá

Reginaldo Teixeira – Procuramos a Águas Cuiabá.  Nos auxiliaram muito com hidrojatos naquele momento crítico [de chuvas e alagamentos]. Nós criamos um relacionamento, temos até um grupo de WhatsApp para mandar as demandas.  

 

A Aguas Cuiabá anda pela cidade, verifica as demandas que é dela e também da Secretaria de Obras e a gente verifica as demandas da Secretaria de Obras e também deles. Ela tem nos atendido.

 

O grande problema eram os cortes na cidade para a implantação de rede de esgoto, mas foi uma questão de análise de contrato da concessão na época que deveria ter assegurado algumas coisas diferentes e não foi feito. Por exemplo, a Águas Cuiabá pode cortar qualquer lugar, pelo contrato, e não é obrigada a informar, porque ela tem a obrigação de fazer.

 

Outro ponto que faço uma crítica construtiva é que  deveria ter um relacionamento maior da Águas Cuiabá com o cidadão no momento em que é instalado a rede de esgoto. Que ela notificasse o cidadão, oferecesse essa ligação em um valor mais acessível. Mas esse é um trabalho de discussão.

 

MidiaNews – No fim de janeiro, o senhor disse que gostaria muito de terminar essa operação tapa-buracos ainda no primeiro semestre.  Agora, sabendo da realidade da Pasta, acha que consegue concluir tudo até o fim do mês que vem? 

 

Reginaldo Teixeira – É bem difícil, porque se olhar o histórico de chuva dos últimos cinco anos, vê que a chuva foi bem menor e parou bem antes. E quando dei essa entrevista, achei que a gente entraria no mesmo ciclo que estava vindo.  

 

Quando o prefeito Abílio assumiu veio aquele dilúvio, um monte de chuva sequencialmente. Veja, até esse mês de maio tivemos chuva, que é coisa que não acontecia. Achei que em fevereiro teríamos menos chuva. Esse planejamento vai atrasar um pouco, mas temos esperança que, ainda esse ano, antes de começar o período chuvoso, a gente consiga tirar as partes mais críticas da Capital.

 

 

MidiaNews –  E quanto ao prédio da secretaria de Obras, o senhor chegou a dar uma entrevista em que disse que estava em uma situação calamitosa e o prefeito chegou a falar para destruí-lo totalmente. 

 

Reginaldo Teixeira – É um prédio muito antigo. A Secretaria de Obras foi para lá em 1967, passou por algumas reformas e agora, já tem muitos anos, que nem por reforma passa. 

 

Existe uma solicitação do Ministério Público para fazer acessibilidade ou mudar de local,  porque lá não tem. Como fazer acessibilidade num prédio daquele que não tem condições?  

 

Há ainda a necessidade de um espaço físico melhor para os profissionais trabalharem. Lá tem sala, por exemplo, que está escorada em madeira. Colocaram a madeira para escorar o teto para não cair. Outro, o teto está apodrecendo, outro caiu. 

 

Isso atrapalha o profissional que está lá dentro a prestar um bom serviço. Você conhece a pessoa pela qualidade da casa dela. Então, se olhar para aquela secretaria, principalmente em janeiro quando chegamos lá, verifica que nossa cidade está abandonada porque aquela secretaria está totalmente abandonada.

Victor Ostetti/MidiaNews

Reginaldo Teixeira

O secretário revelou que paredes da sua secretaria são escoradas com madeira, e o teto está apodrecendo

 

O prefeito determinou que as prioridades das pessoas é a prioridade da gestão. Ou seja, ainda não temos prioridade de estar construindo sede. Mas estamos buscando recursos, tentando sensibilizar os deputados, mas não só para construir secretaria, mas para melhorar a cidade como um todo. 

 

MidiaNews – Outra fala sua é sobre a prefeitura ter tapado mais de 20 mil buracos. Tem alguma estimativa de que quantos buracos há na malha asfáltica de Cuiabá?

 

Reginaldo Teixeira – O que a gente tapou não é uma estimativa. A gente está mapeando, temos um sistema digital. São muitos buracos. Eu não vou falar um quantitativo, pois vou deixar isso para o prefeito mesmo dar essa notícia mais para frente, mas são muitos buracos.

 

Foram muitas toneladas de massa asfáltica já utilizadas e eu acho que não chegamos a 30% ainda e tem muitos buracos a ser consertados. Como eu disse, tem ruas que não vale a pena mais tapar o buraco. 

 

 

MidiaNews – A obra do Contorno Leste, que tinha sérios problemas de execução, está no centro de uma operação contra vereadores por suspeita de propina. Qual é a solução para essa obra tão importante para Cuiabá?

 

Reginaldo Teixeira – Ali é um assunto muito polêmico. Foram dois financiamentos feitos para aquele empreendimento. Um financiamento em torno de R$ 50 milhões e um outro para outra parte em torno de R$ 70 milhões.

 

Contorno Leste será planejado, analisado com cautela, junto com o prefeito, que tomará a decisão na hora certa e da forma correta

O primeiro trecho, que é de uma empresa que o valor de financiamento é menor, tem um contrato assinado para executar que está dentro do teto do financiamento. O outro trecho com o financiamento R$ 70 milhões, tem o contrato da construtora de R$ 117 milhões. Essa diferença seria retirada da fonte 100 da prefeitura. Do valor financiado, que é de R$ 70 milhões, a empresa já recebeu mais de R$ 65 milhões. Então, não tem mais dinheiro do financiamento para usar nesse projeto.

 

E você tem alguns problemas de drenagem, de licenciamento, e uma outra parte que tem desapropriação a serem feitas. É um valor altíssimo para desapropriação que pode ocorrer amigávelmente ou judicialmente. Então, isso pode demorar um tempo para acontecer. 

 

Hoje, a gente precisa de mais R$ 50 ou 60 milhões para executar. E sabendo da situação do município, com um decreto de calamidade financeira, um monte de coisa como prioridade… É um projeto a ser planejado, analisado com cautela, junto com o prefeito, que tomará a decisão na hora certa e da forma correta. 

 

O primeiro trecho que tem o recurso foi dada a ordem de Serviço, foi retomada, e a empresa está trabalhando, começou a topografia. Esse trecho liga a Avenida das Torres e vai até o Rio Coxipó. Esse está sendo executado.

 

Midianews – O prefeito Abilio falou que rompeu o contrato com o HB20, que é responsável por parte dessa obra. Como está isso?

 

Reginaldo Teixeira – Automaticamente, sim. Eu não acompanho essa parte polêmica de contrato, que envolve Justiça, falo da parte técnica. Fica difícil assinar ou assumir um contrato, que existe essas denúncias e não é o princípio da nova gestão. O prefeito veio trazendo uma credibilidade para o município de não ter corrupção, não ter nada errado…  Ele quer que a população tenha um bom serviço, sinta segurança nessa administração e nesse fato ele está correto.

 

Porque se tem denúncia, operações e tudo mais, significa que alguma coisa existe. O prefeito tem tomado muita cautela nesse sentido e achou por bem não continuar o contrato e aguardar o desfecho de tudo que está acontecendo.

 

 

MidiaNews –  Um dos problemas enfrentados pelo prefeito Abilio logo que assumiu foi o Mercado Municipal. Ele anulou o ato de entrega feito por Emanuel Pinheiro, por entender que o local não estava pronto. Em que pé está hoje o Mercado?

 

Reginaldo Teixeira – Não só a obra do Porto, mas também a obra do Contorno Leste. Foi inaugurada com a iluminação não aprovada pela Eletronote, que é dona da faixa de servidão da linha de transmissão que passa em cima da rodovia. Quando chegamos, chamamos o fiscal, e estivemos com o prefeito no local.

 

No Mercado do Porto, vimos muitos problemas construtivos: problema no piso, drenagem… No muro do fundo estava cheio de lixo…  O Mercado do Porto estava muito feio. Tinha estrutura construtiva fora do concreto.  O prefeito foi filmando aquilo e questionava: “Como uma pessoa inaugura uma obra, entrega para a sociedade, coloca a placa, nesse estado?”.

 

Naquele momento, ele pediu um parecer da procuradoria do município dizendo se a obra estava pronta ou não. E a procuradoria deu um parecer dizendo que não, que naquela situação e ela não estaria pronta e que ela não poderia ter placa de inaugurada.

 

Estamos passando por adequação até hoje. Todo mundo em Cuiabá vai no Mercado do Porto.

 

Victor Ostetti/MidiaNews

Reginaldo Teixeira

O secretário Reginaldo Teixeira que diz que Mercado do Porto está com problemas de drenagem e no piso: “Estamos passando por adequação até hoje”

MidiaNews – Outro problema histórico em Cuiabá é o problema das calçadas. A gente em muitos lugares que não se consegue caminhar. O que pretendem fazer para reduzir essa problemática?  

 

Reginaldo Teixeira – Existe várias situações. Há a calçada em frente da residência, que é obrigação do cidadão, do proprietário do imóvel. O município tem uma lei que define essa questão das calçadas. Mas, infelizmente, já é tão difícil viver no dia a dia, não tem recurso, às vezes ele faz a casa dele, não faz a calçada, ou às vezes faz a calçada que ele dá conta de fazer. É natural que isso aconteça pelas dificuldades que vivemos hoje na cidade.

 

E isso está espalhado por toda a cidade. Existem os espaços públicos, que são as praças, que são obrigação do município. Eu estou preparando projetos da Praça Ipiranga, da Praça Alencastro e de uma outra praça. A Praça Ipiranga, por exemplo, tem uma parte dela que está virada para o Ganha Tempo, que tem mais ou menos 50 centímetros de altura. Como é que uma pessoa sobe naquela praça? Como projetaram uma situação daquela e não fizeram o desnível na praça para ter uma calçada adequada para as pessoas usarem? O problema de acessibilidade em Cuiabá está para todos os lados! 

 

A gente está pensando nisso, mas estamos pensando e planejando daqui para frente como fazer para melhorar alguns espaços públicos.

 

MidiaNews – O senhor falou de obra na Praça Alencastro, ela passou por uma obra recentemente. Qual é o projeto da Secretaria? 

 

Reginaldo Teixeira – A Praça Alencastro tem um problema de drenagem, de esgoto e a gente está sempre limpando. Estamos olhando a praça como um todo. Alí, tem o problema do chafariz que dá lodo e toda semana tem que ser limpo, porque senão pode virar criadouro de mosquito. 

 

É uma praça que está na frente da Prefeitura, que acontece vários eventos, as pessoas usam demais. O próprio prefeito está ali na frente. E temos que ter um cuidado em função de todo esse aglomerado de pessoas.

 

Nós ainda estamos olhando a questão das drenagens, das bocas de lobo, e vazamentos que acontece na rua das óticas e tudo gira ali em torno da praça. 

 

MidiaNews – E sobre o prédio da prefeitura, o Palácio Alencastro. Algum dia teve sua beleza, mas hoje está praticamente destruído. Há projetos para reforma ou melhorias?

 

Reginaldo Teixeira – O prefeito não tem como uma prioridade a reforma de espaços públicos. É fazer aquilo que realmente é essencial. Quando falei, por exemplo, da Secretaria de Obras é porque lá é essencial. Para se ter uma noção, a sala do secretário hoje está sem ar condicionado. 

 

A gente tem que otimizar, trabalhar com redução de custo, para não gastar o dinheiro da população de forma inadequada. E reforma desses prédios como o da prefeitura, vejo – o prefeito nunca me falou – que não é uma prioridade zero dele. 

 

Lógico que ele deve planejar isso, enquanto arquiteto que é. Ele tem muitas ideias. Ele já abriu inclusive o terraço da prefeitura para a população. Ali é um ponto turístico em Cuiabá.

 

MidiaNews – Nas redes sociais, a gente tem visto o prefeito trabalhando até tarde da noite. Os secretários estão conseguindo acompanhar esse ritmo?

 

As reuniões não têm horário, as demandas são muitas e a gente tem compromisso e vontade de fazer

Reginaldo Teixeira – Acompanhar o ritmo do prefeito é bem difícil. O prefeito está com vontade de mudar a cidade e ele sempre foi de trabalhar muito. Eu o conheço pessoalmente há pouco tempo, mas já o conhecia de campanha e vejo olhando a história dele, na política, sempre foi de trabalhar, fiscalizar, cobrar… Hoje, além de ser o prefeito, fiscaliza, acompanha os secretários e verifica o que cada um está fazendo. 

 

A gente tem acompanhado, sim. Às vezes, não na velocidade do prefeito, mas a gente tem se desdobrado, não só a secretária de obra, mas todos os secretários. A gente tem reuniões que acontecem às 10 ou 11 horas da noite. Às vezes com secretários, com o procurador-geral, para estar definindo algo de legislação, entendendo melhor o processo. 

 

As reuniões não têm horário. Às vezes, a gente arruma até um problema familiar. Porque as demandas são muitas e a gente que tem compromisso e vontade de fazer, não quer deixar o que pode fazer hoje para amanhã. 

 

O prefeito tem essa pegada e isso motiva todo o secretariado dele a agir da mesma forma, colocar o sangue no olho, ir para a rua e tentar fazer o melhor. A gente está ali por um propósito. A gente não está ali por cargo político, salário… De forma alguma.

 

 

MidiaNews – Ele é muito exigente?

 

Reginaldo Teixeira – Sempre foi exigente. Ele preza pra uma conversa franca, direta, honesta. Por exemplo, pra mim, nunca me pediu nada diferente do que tem que ser feito, de forma alguma. Sempre é muito correto.

 

MidiaNews – E dá autonomia ao secretário?

 

Divulgação

Abílio Brunini e Reginaldo Teixeira

O prefeito e o secretário Reginaldo: “Abilio jamais me freou. Tudo que levei para ele deliberar, ele sempre deliberou pelo sim”

Reginaldo Teixeira – Dá autonomia. Ele jamais me freou com alguma coisa e tudo que levei para ele deliberar, que era coerente com a realidade, que é necessário para Cuiabá, ele sempre deliberou pelo sim. Isso é um fato. 

 

MidiaNews – Seu partido, o Novo, tem uma agenda bastante liberal. A gestão Abilio tem adotado medidas que são bandeiras da sigla?

 

Reginaldo Teixeira – Tem, sim. Hoje o PL é um partido muito próximo ao Novo. Eles meio que se confundem. Eu digo que o partido Novo é mais liberal do que o PL, mas eles se confundem nas pautas. 

 

E o Abilio tem demonstrado isso: desburocratizar a cidade, criar coisas que agilize a vida do cidadão. É isso que o Partido Novo também prega: desburocratizar, incentivar o empreendedorismo para que as pessoas tenham qualidade de vida e trabalho.

 

Porque se todo mundo empreende, todo mundo cresce. Eu sempre falo que essa questão, por exemplo, as pessoas às vezes querem carteira assinada estar na CLT, ter direito ao INSS. Hoje temos um rombo enorme. Quem garante que a pessoa que está na CLT vai conseguir aposentar pela INSS?

  

Então, acho que daqui para frente, o prefeito Abilio deve ampliar essas questões. Porque ele pegou uma prefeitura na situação em que pegou, sem recurso. Como é que você conduz e administra? Administrar com dinheiro no caixa é fácil. Difícil administrar sem recurso, como ele assumiu. 

 

MidiaNews – O senhor foi pré-candidato a prefeito de Cuiabá no ano passado, mas o seu partido acabou compondo essa candidatura com o prefeito Abilio.  É um sonho do senhor ser prefeito de Cuiabá? 

 

Eu nunca tive o sonho de ser político. Meu sonho, que tive toda a minha vida desde criança, foi sair da dificuldade que a gente vinha da roça

Reginaldo Teixeira – Não tenho esse sonho. Eu nunca tive o sonho de ser político. Meu sonho, que tive toda a minha vida desde criança, foi sair da dificuldade que a gente vinha da roça, melhorar a qualidade de vida da minha família, e crescer. Meu pai sempre foi gerente de fazenda, trabalhando para as pessoas. Sempre tive o sonho de empreender e crescer nisso. 

 

A minha vinda para política não foi por ter um sonho de virar prefeito Cuiabá. Na realidade, o meu objetivo maior era dizer para elas da necessidade que temos de participar efetivamente da política. Nós já participamos da política indiretamente. Porque a política define toda a nossa vida, define todas as leis, as regras que a gente tem que seguir. 

  

Naquele momento, a gente sabia que era um projeto muito difícil, teria um gasto, a chance de vencer e se tornar um prefeito era muito remota. E eu até me surpreendi. Porque bati 7% nas pesquisas [de intenção de voto], em algumas regiões cheguei a 12% e alguns especialistas diziam que eu poderia chegar a mais de 10% na época da campanha. 

 

Mas a gente via uma situação remota, eu já tinha trabalhado para o prefeito Abilio em 2020. Eu não o conhecia pessoalmente, o conheci na campanha, fomos para o projeto dele e veio a coronel Vânia pra somar, hoje ela é a vice-prefeita pelo Partido Novo. Nós não pedimos nada, o Partido não negocia cargo. Mas depois o prefeito convidou para que eu participasse da gestão dele.

 

MidiaNews – O senhor falou sobre a importância de entrar num processo eleitoral. Hoje, ocupa uma das maiores pastas da gestão e isso o credenciar para ser candidato. Pretende tentar algum cargo ano que vem?

 

Reginaldo Teixeira – Não, não tenho esse compromisso com o partido. Nós já conversamos, inclusive, com o presidente do partido, Sergio Antunes, e não me comprometi a ser candidato pelo partido. Não tenho esse desejo.

 

MidiaNews –  Qual é o projeto da sigla para o Estado?  

 

Reginaldo Teixeira – O compromisso de todos os diretórios a nível de Brasil é focar em chapa de deputado federal. O Novo precisa vencer a Cláusula de Barreira.

 

O Novo é um partido ideal para o Brasil, um partido que está se preparando, crescendo

E isso é muito difícil. Então, se as pessoas não tiverem realmente engajada e com compromisso de vencer isso, não vence. O Novo é um partido ideal para o Brasil, um partido que está se preparando, crescendo, preparando para exercer as mudanças que o cidadão brasileiro precisa. 

 

A gente fez essa parceria com o PL [em 2024] e nada impede do Novo seguir com o PL de novo em qualquer outro projeto, porque os dois partidos se parecem e defendem mais ou menos os mesmos ideais. 

 

MidiaNews – Sobre essa possibilidade do Novo repetir essa dobradinha com o PL, seria a respeito das majoritárias: Governo e Senado? 

 

Reginaldo Teixeira – Não. Eu nem imagino o que pode acontecer em majoritária, porque não existe nada definido ainda. Nenhum partido tem isso bem definido no Mato Grosso. Eu falo como.. Teve a coligação agora e lá na frente para 2026, se for o caso, nada impede o Novo próximo ao PL. Mas não tem nada definido. 

 

MidiaNews – A estadual, vai ter chapa também? 

 

Reginaldo Teixeira – Os mandatários do partido hoje estão trabalhando nessa vertente. O Novo hoje tem 13 vereadores no Estado, um prefeito em Guarantã do Norte, que é bastante atuante, então vai trabalhar para ter chapa de deputado estadual, sim. Agora, se vai conseguir é outra coisa, mas trabalhar tem que trabalhar. 

 

Veja a íntegra da entrevista:

 

 

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